terça-feira, 19 de abril de 2011

Anjo


Meu rosto parece estranho ante o espelho da verdade
Tudo o que quis e tudo o que esperei está longe de mim
Qual será meu futuro?
O que devo esperar da vida?
Se meu horizonte está tomado
Pela sombra do crepúsculo
Minhas forças estão perdidas
Mal consigo força em meus braços
Para que possa tentar um novo amanhã

 

E seguindo torpe por entre os caminhos escuros
Me vêm à vista formas sombrias
Pouco a pouco tomam o que restou
Meu tempo está acabando
Quase me falham as lembranças
De venturas que me afortunaram
Doces memórias do que se acabou
De momentos que jamais voltarão

 

Como posso acreditar
Que tudo possa ser diferente
Se tudo o que um dia foi sublime
Se perdeu neste horizonte inóspito.
Se o lago já foi belo e límpido
Perdeu-se no pântano de tristezas

 

Tudo o que eu vejo é o véu da morte esperando
a me surpreender com seu manto de dor
A perder-me em agonias, nem saberei quem eu sou
Por que insistir, se já sei como vai acabar
Devo, pois, esse infortúnio antecipar

 

Não tive forças para suportar